Na política a traição já se tornou algo banal. Estamos sempre sabendo notícias de políticos que viraram as costas para seus amigos de caminhada na vida pública, motivados por interesses pessoais ou pela ânsia de subir mais um degrau no palanque do poder. Mas, dificilmente se ouve falar de traição envolvendo pessoas ligadas por laços de sangue. Isso aconteceu recentemente em Itaberaba, numa história que até poderia ser iniciada com a expressão “João ninguém” e finalizada com “João traidor”.
Para quem não acompanhou as últimas eleições de Itaberaba, em 2008, vale lembrar que o candidato a prefeito era o conhecido líder político da região, Jadiel Mascarenhas, tendo como vice na chapa o seu irmão João Filho, até então apenas um empresário local. Faltando três dias para o pleito eleitoral, Jadiel resolve renunciar à candidatura e coloca João Filho em seu lugar para disputar a eleição de prefeito. O povo, atendendo ao pedido de Jadiel, vai às urnas votar na chapa do seu partido. Eles ganham a eleição, mas, por uma manobra política da justiça baiana, João não toma posse em janeiro/2009. Após muita luta empreendida por Jadiel junto ao TSE, a esperada posse acontece em 10/06/2009. João, que nada entendia de gestão pública, nomeia Jadiel para ser o Secretário de Governo. Mas, após nove meses de governo, João resolve “seguir sozinho” e não mais aceitar conselhos do experiente irmão com relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outros assuntos envolvendo a administração pública ..
Agora, a cidade está em alerta, pois o prefeito, abusando do poder, iniciou uma série de perseguição àqueles que não aceitam a sua traição e passou a ameaçar os funcionários contratados, seguindo instruções de pessoas não qualificadas para demitir quem ele supõe estar ligado ao irmão Jadiel. Que fato lamentável! A administração municipal deixou de estar a serviço do povo e passou a ser um brinquedinho de uma pessoa ingrata, que tem como único objetivo criar um clima de apreensão e terror entre aqueles que votaram nele! Dá para acreditar em tamanha ditadura? Apenas uma pergunta: por que João não quis ouvir os conselhos sobre a aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal? Que estranho...